Propostas
de coleção de objetos
A minha escolha dos três objectos,
teve por base uma frase de Gard:
“Não
tenham outra ambição que não seja libertar o Buda que está em vós, porque todo
o Homem é um Buda em potência e alcançará, através dos Avatares mais ou menos
numerosos, a iluminação."
Um Museu tem como finalidade Educar e
partilhar conhecimento, tendo a humildade de perceber que ninguém o tem, apenas
o mostra, o guarda e procura de certa forma aceder esse mesmo conhecimento a
todos.
O Homem divide-se em cérebro (controla
ao nível biológico) e a mente (que absorve a cultura) através de
experiências transformadoras da vida. E os museus proporcionam à mente o
substrato cultural que a transforma e educa. O intelecto e a sensibilidade funcionam em conjunto da
mesma forma que os cinco sentidos trabalham em comunhão entre si, aprendendo a
"abrir" a mente, num olhar reflexivo sobre o EU.
Este museu teria a
responsabilidade de angariar, manter, preservar e possibilitar a todos os que o
acedessem toda a história, finalidades e objectivos das Mandalas, tanto ao
nível nacional como internacional. Seria de extremo valor, a possibilidade de
actividades e workshops a realizar dentro do museu para uma maior conhecimento
e divulgação desta forma de representação do Eu.
Um dos objetivos da criação
deste museu mandaliano, seria criar a ponte entre os três estágios de
consciência (Divino, mental e físico), de forma a potencializar uma nova
consciencialização do Homem. Não existem museus de consciencialização do Homem
enquanto ser transcendental, capaz de alcançar estágios superiores de
consciência, e por isso seria um museu diferente mas visionário (muito à frente ;)), de uma nova
geração que procura encontrar respostas para o seu próprio auto-conhecimento.
A 1ª exposição chamar-se-ia
"(Trans)mutação da Civilização", na
qual seriam expostas estas três peças
1ª Mandala kalachakra -
representação do Divino
2ª Mandala 11#3 -
representação da mente criativa
3ª Mandala feita por alunos -
representação do plano físico
Através da relação entre
estes três estágios, procura-se ter uma perspectiva global das várias
representações de mandalas, procurar uma auto-consciência do observador que
observa, reflecte e sente a própria representação, numa busca pela consciência
relacional, social e colectiva.
1 - Mandala kalachackra
2
- Mandala 11#3
Título: Mandala 11#3
Autor: Jorge lancinha
Ano: 2004
Técnica: Mista c/papel
Dimensões: 37x30
Exposição: Diário de mandalas
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Esta mandala pertence a um conjunto de representações de mandalas, que abriram a exposição Diário de mandalas, do artista plástico português Jorge Lancinha. O intuito deste artista, na representação da cruz, no centro da mandala, corresponde ao simbolismo da divisão do mundo, numa polaridade dupla, onde os opostos se encontram, formando uma terceira energia entre eles. Este artista pretende representar as qualidades de ambos, mas ao mesmo tempo livre dessa própria contradição. Segundo o artista "É este terceiro poder que nos permite alcançar o estado de harmonização necessário para o encontro com o self."
A finalidade em expor Mandalas de diferentes artistas, seria a própria representação do Divino, por alguém que utiliza a criatividade como fonte de expressão. Neste caso, seria a ponte entre o poder mental/criativo e o poder Divino.
2
- Mandala representativa do Eu
Título: Mandala orgânica
Autor: (aluno do 8ºano)
Ano: 2010
Técnica: Mista c/papel e materiais orgânicos
Dimensões: 30x30
Exposição: Arte e Design na Escola Sec. Romeu Correia -
Feijó
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Esta mandala, pertence a uma série de mandalas que a turma do 8º ano da Escola Sec. Romeu Correia, no Feijó-Almada, criou, no âmbito da disciplina de Arte e Design. Ao longo do ano lectivo de 2010/2011, foi desenvolvido o estudo e criação de mandalas, com o propósito de auto-conhecimento e reflexão sobre a forma como os alunos se percepcionavam tanto ao nível escolar, emotivo e familiar. A principal finalidade destas actividades foi proporcionar um lugar de pertença e afinidade com o meio escolar, tendo em conta a sua própria individualidade.