quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Falando em Museus, tive necessidade de escrever sobre Museus....E o que é na realidade um Museu?
Ao longo dos tempos vemos a necessidade do Homem em preservar determinados objectos representativos de uma época, movimentos e ideais, intimamente ligadas às tecnologias, ciências e avanços socioculturais, que possam perdurar  com a evolução da Humanidade. Assim, surgem os museus, como instituições que complementam a história escrita (nos mais diversos registos), todo o desenvolvimento histórico do Homem.
os museus funcionam como "ponte" entre o passado e o contemporâneo, complementando-o e interpretando-o, à luz de quem o observa. Actualmente, os museus são instituições públicas que permitem o acesso a todos, embora nem sempre fosse assim. Até ao final do séc. XVIII, apenas a classe social mais alta teria acesso a tudo o que fosse relacionado com a cultura e a Arte. Tanto os palácios como as Igrejas, eram detentores de tamanha riqueza artística. Como consequência da Revolução Francesa, os museus tornaram-se instituições públicas e que serviriam de "instrumento moderno de cultura". Ou seja, ao observarmos o nosso passado (Homem), estudando-o, interpretando-o e recontando-o a cada momento actual, de forma a manter viva a chama de uma época que apesar de longínqua, se mantém tão presente nas nossas vidas. Só conhecemos o presente se compararmos com o nosso passado. E na realidade o que é um museu? Qual a sua função? Não é mais que educar….Educar e partilhar conhecimento, tendo a humildade de perceber que ninguém o tem, apenas o mostra, o guarda e procura de certa forma chegar a todos…possibilitar esse mesmo conhecimento a todos.  O Homem que se divide em cérebro (tudo controla ao nível biológico) e a mente (que absorve a cultura) através de experiências transformadoras da vida.

E os museus proporcionam à mente o substrato cultural que a transforma e educa.
E quando não temos cultura…ou simplesmente somos desfazados de cultura…o que isso implica no próprio Homem? O resultado disso é não ter referências de comportamentos, enveredando por caminhos errados. penso que este seria o caminho mais apropriado do próprio museu actualmente.  Aproximar os jovens, para um "gostar" nacionalista, um apreender com a cultura e através dela, para crescer. para a mente se formar precisa de encontrar referências e os museus através de todas as obras e conhecimento cultural e sócio-artístico podem transformar as mentes em experiências educativas diferentes.
Eu ouvi uma frase que não sei de quem é…mas adorei e ficou-me na memória "as obras de arte não falam por si só, não vencem a barreira da ignorância das pessoas…."e é verdade….para isso necessitam dos museus, porque não basta aprender os movimentos ou artistas, mas sim funcionar como intermediários entre a obra e o observador (ir ao encontro da sensibilidade de cada um). O intelecto e a sensibilidade funcionam em conjunto da mesma forma que os cinco sentidos funcionam em comunhão entre si.
para existir diálogo tem de existir uma base de pedagogia. Através desse diálogo se constrói o conhecimento. Observar, não é olhar…deve-se aprender a "VER", a interrogar, a questionar, a  abrir a mente, sem preconceitos….um "VER" reflexivo. Cada um tem uma experiência estética diferente, cada obra fala para nós de forma diferente. E é essa a experiencia transformadora que traduz e transforma as pessoas.  Ou seja, o Museu é apenas um pretexto…para se ter uma atitude diferente, de aceitação da aprendizagem, da diversidade, logo é ele um local de aprendizagem, pois proporciona uma experiência estética…um impacto transformador dentro da sensibilidade de todos nós…. em vez de também eles (museus) pararem no tempo como as obras….


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