quarta-feira, 9 de novembro de 2011

                                             
Gilberto Gil - Trovoada

O ronco da trovoada
Estremece os corações
Nas capitais dos estados
Nos pequenos povoados
Lá pros lados dos sertões

Quando o tempo faz zoada
Na voz grave dos trovões
Eu acho que alguém já disse
Que é como então se abrisse
a jaula para os leões
Estremecem os corações

Acredite se quiser
Que o Cavaleiro das luas e das estrelas
Abriu o céu, desceu e me ofertou
Um livro aberto na página brilhante
Que nesse instante uma poeira iluminada
me assustou
Falava de Andrômeda,
A dona da constelação do Escorpião,
Falou da outra estrela na ponta do Cruzeiro,
Falou das quatro luas
A nova, a que cresce, a cheia e a que diminui
Que a primeira, quando se esconde na escuridão,
é de mentira, pra nos tomar o coração
Me ensinou coisas que vi
E que nem são daqui
E, de repente, acordei com o ronco...
 


Hoje a chuva cai lá fora….os trovões assombram-me e tenho um pavor enorme deles.
Desde pequena, que me incomodam…
o som que fazem, trespassam-me a alma…
e vibram dentro de mim…
tanto se diz e tanto se escreve, que esta chuva serve para lavar a alma........
deixar para trás o que não nos serve...
aceitarmo-nos como seres individuais e
consciencializarmo-nos dos nossos erros e virtudes...
deixarmos o passado e vivermos o presente
e a mim....???
a mim faz-me perder coisas a que me apeguei....
faz-me sentir perdida no meio de tanta chuva...
faz-me sentir receio desta chuva, desta trovoada
e de que algum raio me atinge e me fulmine...
quando quero tanto viver o que ainda não vivi...
faz-me querer refugiar-me no vale dos meus lençóis
na minha segurança
e entristece-me em vez de me fascinar...
e anseio que pare...
e que venha de novo o Sol iluminar-me


 
 
 

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